Policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e representantes do Ministério Público deflagraram, nesta quinta-feira (22/05), uma operação contra uma organização criminosa que atua, desde 2019, no Mercado Popular da Uruguaiana. O objetivo era cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em desfavor de integrantes do grupo. Ao todo, nove criminosos foram presos.
As investigações apontaram para a existência de um grupo que realizava extorsões, exigindo o pagamento de taxas para o funcionamento dos boxes no local, a pretexto de ser uma “contribuição associativa”. Além disso, eram cobrados valores referentes ao consumo de energia elétrica, de forma arbitrária. Quando os pagamentos não eram realizados, o grupo realizava o corte da energia, que só era reestabelecida mediante compensação financeira.
As cobranças eram feitas de forma violenta e com ameaças, inclusive com emprego de armas de fogo de forma ostensiva, visando intimidar os trabalhadores. Eles eram coagidos a realizar os pagamentos, sob pena de terem seus negócios inviabilizados, e até de serem expulsos do local, perdendo o ponto e a mercadoria.
Foi apurado, ainda, que eram realizadas vendas de boxes de forma irregular, uma vez que o espaço do camelódromo é público, só podendo ser cedido seu uso por ordem e autorização da Prefeitura do Rio. Os valores variavam entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.
Os membros do grupo realizavam também a lavagem do dinheiro obtido, repassando-o para contas de laranjas e reinvestindo em boxes no próprio Mercado Popular.
Os mandados foram cumpridos no próprio camelódromo e em endereços na Barra da Tijuca, no Recreio dos Bandeirantes e na Baixada Fluminense. Durante as diligências, os agentes obtiveram informação de que o líder do grupo estaria no estado do Ceará. Com o apoio da Polícia Civil daquele estado, ele foi capturado em Fortaleza.