Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), com apoio de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), capturaram a principal liderança da facção criminosa Terceiro Comando Puro no Complexo do Caju. A prisão foi realizada nesta segunda-feira (16/06), no Parque Alegria. Além do tráfico de drogas, o criminoso é investigado por envolvimento em outras práticas, como roubos de cargas.

A operação para captura foi planejada a partir de levantamentos e monitoramento de inteligência efetuados nas últimas semanas. No momento da abordagem, o traficante, que estava foragido da Justiça, não resistiu.

Segundo as investigações, o criminoso ordenava que seus comparsas monitorassem os caminhões que deixavam a Zona Portuária, região vizinha ao Complexo do Caju. Os veículos com cargas valiosas, muitas vezes até milionárias, eram abordados e roubados. O carregamento era levado tanto para o Caju quanto para as comunidades do Complexo da Maré exploradas pela mesma facção. A apuração apontou que os traficantes agiam em uma espécie de "consórcio" criminoso entre as comunidades e que era o preso quem determinava a destinação das e a divisão dos lucros.

O homem acumula 20 anotações criminais e mais de 49 anos em condenações por organização criminosa, homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubo majorado, entre outros. Ele estava em liberdade há pouco mais de um ano, após ter sido capturado pela Polícia Civil quase sete anos antes.

O homem foi um dos responsáveis por fomentar uma sangrenta disputa territorial entre facções na Rocinha, em 2017.

A ação faz parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como objetivo reprimir roubo, furto e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro de 2024, já são mais de 535 presos, além de veículos e cargas recuperados, avaliados em cerca de R$ 38 milhões. As ações incluem ainda o bloqueio de mais de R$ 70 milhões em bens e valores.