Policiais civis da 9ª DP (Catete) prenderam, nesta segunda-feira (28/07), uma mulher por submeter a própria sobrinha, de 15 anos, a condições análogas à escravidão. A jovem era obrigada a realizar as tarefas domésticas enquanto sofria agressões físicas e xingamentos. A criminosa ainda falsificou um laudo médico de esquizofrenia para descredibilizar as denúncias da adolescente. A criminosa foi capturada no apartamento onde morava, no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio.

As investigações apontaram que a jovem, ainda criança, foi morar com a tia. Com as constantes agressões, a jovem fugiu e se abrigou com os pais, denunciando os maus-tratos. Para tentar desacreditar as denúncias, a tia foi à Justiça com laudos médicos falsos, afirmando que a menina sofria de esquizofrenia e inventava as agressões. Um dos documentos alegava que a adolescente não poderia ter nenhum tipo de contato com a sua família, pois seria prejudicial a sua saúde mental.

De acordo com os agentes, a vítima chegou a denunciar os abusos na escola e ao síndico do prédio onde morava, mas a tia continuava a recorrer aos laudos falsos para manter a guarda da menina.

Ao tomar ciência do caso, após denúncia do Conselho Tutelar, agentes da 9ª DP descobriram que os laudos eram falsos e todos foram forjados. A adolescente jamais teve diagnóstico de esquizofrenia.

Segundo as investigações, a tia teria adotado a menina com o objetivo de fazê-la sua escrava. A menor vivia um regime de violência diária, sofria restrições alimentares, sofria agressões físicas e psicológicas, até de cunho racista. Ela era obrigada a realizar as tarefas domésticas e se não fizesse, ela não poderia se alimentar.

Contra ela, os policiais cumpriram um mandado de prisão temporária pelos crimes de tortura, cárcere privado, falsificação de documento público, racismo e redução à condição análoga à de escravo.